quarta-feira, 16 de outubro de 2013

“Padrões” sociais

A loira tem que ser burra.
O gay tem que ser afeminado.
O homem tem que ser fanático por futebol.
A mulher tem que ser má motorista.
A lésbica tem que ser machona. 
A gordinha tem que ser alegre.
A travesti tem que ser prostituta.
A mulher tem que ser boa cozinheira.
O ladrão tem que ser negro. 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

“Uma lésbica chegou em mim!”


– Vítor, você não sabe o que aconteceu ontem... – começou ela, com ar de suspense.
– O quê? – perguntei, curioso.
– Uma lésbica chegou em mim!
– E daí?
– E daí?! Como assim “e daí”? Uma lésbica, Vítor, uma lésbica!
– E qual o problema?
– Eu não curto, sou hétero.
– Ué, beleza. Era só ter falado pra ela...
– Não, mas o problema não foi só esse. Além de ter vindo falar comigo – e, nesse momento, uma expressão de nojo surgiu em sua face – ela veio se esfregando, dançando até o chão.
– Tá, mais aí você falou que não curtia, certo?
– Sim, mas ela continuou, véi. Que nojo! Ela é lésbica, eu não curto.
– Tá bem, mas ela não sabia que você não curte até você falar...
– Ela chegou se esfregando, relando em mim!
– Olha, ela não sabia que você era hétero. Você podia ser lésbica e ter gostado, não tinha como ela saber. Não tem vários homens que chegam em você também relando, se esfregando? Tenho certeza que sim!
– Sim, tem. E eu não gosto. Acho ridículo.
– Então o “problema” não foi o fato de uma lésbica ter chegado em você. Pense se a situação fosse o contrário: você é lésbica e chega um cara se esfregando em você, dançando até o chão. Ele não sabia que você era lésbica... Você ficaria ofendida do mesmo jeito, acharia um absurdo. O problema então foi o modo como ela te abordou, faltando com respeito, o que você não gostou, e não o fato de ela ser uma lésbica! 
– Ai, ainda assim, era uma lésbica...