Jonamar. “Que nome estranho!”, sempre
diziam. Mas era um bonito nome, pelo menos aos olhos de sua querida mãe. “Teu
nome termina com AMAR, meu filho. Pode haver verbo melhor para se chamar?”.
Entretanto, se tinha algo que Jonamar não conhecia, esse algo era o amor. Amor
romântico, amor carnal, essa coisa de “metades da laranja”, de “a tampa da
panela”.
Jonamar
se interessava pelas garotas. As garotas não se interessavam por Jonamar.
Depois de anos, Jonamar resolveu se interessar por garotos. Mas os garotos não
queriam amar. O verbo era outro, que também terminava com “ar”...
Depois
de tanto ser aproveitado pelos garotos, Jonamar desistiu de amar. Jonamar se
deu conta de que o amor romântico eterno, ideal, perfeito, era coisa de TV. Era
criado no cinema, propagado pela publicidade, inventado por mentes humanas que
nunca haviam amado daquele jeito.
Jonamar
aprendeu, então, que ele só poderia, só deveria, amar incondicionalmente a si
mesmo. Era isso! Como as garotas se interessariam por ele se Jonamar não se
achava interessante? Como os garotos poderiam o amar se o próprio Jonamar não
se amava? Jonamar aprendeu a gostar de si mesmo, a conviver bem consigo mesmo,
a se divertir com sua própria companhia, a viver sozinho e lidar com a solidão.
Agora
Jonamar está pronto para conhecer novas garotas, garotos. Ele já sabe que o
amor da televisão não é igual ao da vida real. Jonamar já não espera ser amado.
Jonamar ama, Jonamar se ama.
Por favor, um pouquinho de Jonamar em cada um de nós.
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