quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A história de Jonamar


Jonamar. “Que nome estranho!”, sempre diziam. Mas era um bonito nome, pelo menos aos olhos de sua querida mãe. “Teu nome termina com AMAR, meu filho. Pode haver verbo melhor para se chamar?”. Entretanto, se tinha algo que Jonamar não conhecia, esse algo era o amor. Amor romântico, amor carnal, essa coisa de “metades da laranja”, de “a tampa da panela”.

Jonamar se interessava pelas garotas. As garotas não se interessavam por Jonamar. Depois de anos, Jonamar resolveu se interessar por garotos. Mas os garotos não queriam amar. O verbo era outro, que também terminava com “ar”...

Depois de tanto ser aproveitado pelos garotos, Jonamar desistiu de amar. Jonamar se deu conta de que o amor romântico eterno, ideal, perfeito, era coisa de TV. Era criado no cinema, propagado pela publicidade, inventado por mentes humanas que nunca haviam amado daquele jeito.

Jonamar aprendeu, então, que ele só poderia, só deveria, amar incondicionalmente a si mesmo. Era isso! Como as garotas se interessariam por ele se Jonamar não se achava interessante? Como os garotos poderiam o amar se o próprio Jonamar não se amava? Jonamar aprendeu a gostar de si mesmo, a conviver bem consigo mesmo, a se divertir com sua própria companhia, a viver sozinho e lidar com a solidão.

Agora Jonamar está pronto para conhecer novas garotas, garotos. Ele já sabe que o amor da televisão não é igual ao da vida real. Jonamar já não espera ser amado. Jonamar ama, Jonamar se ama. 

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